Professor Marcelo, iniciou a sua trajetória na capoeira, em São Bernardo do Campo, São Paulo, no ano de 1994 com o mestre Da Lapa.
Na época a sua intenção era conhecer, e fazer parte da cultura brasileira.
Com o passar dos tempos o mestre Da Lapa, é obrigado afastar-se da capoeira por um período, devido a dificuldade financeira enfrentada na ocasião.
Com o afastamento do mestre, Professor Marcelo decide treinar com o mestre Toco, do grupo Angolinha, um tradicional grupo paulista de capoeira que teve suas raízes em mestre Canjiquinha. Grandes mestres com fundamentos em capoeira angola como, Zé de Freitas, Melo e Cara- Pau, fizeram parte da formação deste grupo.
Um fato um tanto curioso e talvez até mesmo incompreensível para muitos é que apesar de suas raízes, ao contrário do que se pode imaginar até mesmo pelo próprio nome do grupo,
neste, não existiam aulas de capoeira angola, eram “proibidas” pelo regulamento interno do grupo. Em contra partida alguns mestres que integravam e integram o corpo do grupo até os dias atuais, realizavam em suas academias aulas de capoeira angola à portas fechadas.
As aulas eram ministradas apenas para alguns alunos, devido ao sigilo e de certa maneira ao temor de contrariar o regulamento, correndo o risco de ser expulso do grupo.
Estas aulas eram embasadas no aprendizado adquirido nas oficinas ministradas por mestre Cláudio de Feira de Santana, Bahia, que teve sua presença e influência fortemente marcada na região do ABC paulista.
Surge então a partir daí o interesse pelo jogo de capoeira angola, cujo o encanto e magia são características ímpares impossíveis de se descrever por palavras.
Neste processo de aprendizado, mestre Toco, na ocasião toma conhecimento da presença do mestre Zé de Freitas em São Paulo, e decide ir ao encontro do mestre, que se encontrava em um humilde espaço Sapopemba, um bairro paulistano.
“Em nome de Deus de todos os nomes
Javé, Obatalá, Olorum, Oió.
Em nome de Deus, que a todos os Homens
Nos faz da ternura e do pó.
Em nome do Povo que espera
Na graça da fé, a voz de Xangô
O Quilombo Páscoa que o libertará.
Em nome do Povo sempre deportado
Pelas brancas velas no exílio dos mares
Marginalizados no cais, nas favelas e até nos altares.
Em nome do Povo que fez seu Palmares,
Que ainda fará Palmares de novo.
Palmares, Palmares, Palmares do Povo.”
(missa dos Quilombos)
Na época a sua intenção era conhecer, e fazer parte da cultura brasileira.
Com o passar dos tempos o mestre Da Lapa, é obrigado afastar-se da capoeira por um período, devido a dificuldade financeira enfrentada na ocasião.
Com o afastamento do mestre, Professor Marcelo decide treinar com o mestre Toco, do grupo Angolinha, um tradicional grupo paulista de capoeira que teve suas raízes em mestre Canjiquinha. Grandes mestres com fundamentos em capoeira angola como, Zé de Freitas, Melo e Cara- Pau, fizeram parte da formação deste grupo.
Um fato um tanto curioso e talvez até mesmo incompreensível para muitos é que apesar de suas raízes, ao contrário do que se pode imaginar até mesmo pelo próprio nome do grupo,
neste, não existiam aulas de capoeira angola, eram “proibidas” pelo regulamento interno do grupo. Em contra partida alguns mestres que integravam e integram o corpo do grupo até os dias atuais, realizavam em suas academias aulas de capoeira angola à portas fechadas.
As aulas eram ministradas apenas para alguns alunos, devido ao sigilo e de certa maneira ao temor de contrariar o regulamento, correndo o risco de ser expulso do grupo.
Estas aulas eram embasadas no aprendizado adquirido nas oficinas ministradas por mestre Cláudio de Feira de Santana, Bahia, que teve sua presença e influência fortemente marcada na região do ABC paulista.
Surge então a partir daí o interesse pelo jogo de capoeira angola, cujo o encanto e magia são características ímpares impossíveis de se descrever por palavras.
Neste processo de aprendizado, mestre Toco, na ocasião toma conhecimento da presença do mestre Zé de Freitas em São Paulo, e decide ir ao encontro do mestre, que se encontrava em um humilde espaço Sapopemba, um bairro paulistano.
Ao chegar em sua academia vários quadros de Jiu Jitsu, tatames e uma mesa de massagem, mas o que mais chamava atenção era um quadro onde o mestre Zé de Freitas estava abraçado com o Rei Pelé. Indagado a respeito do quadro o mestre relata, que se tratava de uma recordação de um filme, pouco conhecido no qual Pelé fizera parte, um filme que falava de negros e o retrato era uma lembrança, um tipo de homenagem por ter ensinado Pelé a jogar capoeira para realização de tal.
Esta e muitas outras histórias fizeram com que Marcelo retornasse mais vezes, para saber das curiosidades do mestre e participar dos treinos ministrados em seu espaço.
Mestre Zé de Freitas, em certa ocasião assim como muitos outros mestres comentava a respeito do uso de graduações, como forma de sobrevivência (infelizmente até hoje) e que muitos mestres angoleiros também aderiram ao uso das “cordas”, por este triste motivo que até os tempos atuais continua sendo um obstáculo muito grande para boa parte dos capoeiristas, porém afirmava na época que a capoeira era misteriosa, não tinha como saber se o outro capoeirista era bom se nunca havia ouvido falar nele, pois antigamente não se usava graduações e para saber mesmo se um capoeira era bom, você tinha que analisar e estudar o jogo do mesmo antes de entrar em uma roda pra vadiar e nunca desmerecer o “adversário”, estas são algumas de muitas curiosidades e ensinamentos adquiridos com o simpático e humilde baiano mestre Zé de Freitas.
Nos tempos idos, haviam duas classes distintas de capoeiristas, os tocadores e os jogadores, tinha dia pra jogar e dia pra tocar e cantar, assim dizia seu mestre, Waldemar Rodrigues da Paixão.
Tempo vai, tempo vem e Marcelo através de sua amizade com seu irmão de capoeira Jacaré conhece mestre Geraldo Baiano, um capoeirista respeitado e muito considerado na zona sul de São Paulo, formado de mestre Miguel Machado do grupo Cativeiro.
A amizade com mestre Geraldo Baiano se consolida e prospera e firmam então alguns cursos de capoeira angola, como diria Geraldo “eitcha que a égua disimbestouce pra todo lado” frase predileta e ilária de mestre Geraldo Baiano, uma característica marcante impossível de não ser recordada, com um certo saudosismo.
A partir de então Marcelo começa a treinar com mestre Geraldo com o consentimento de seu mestre na ocasião,Toco.
Passado um período mestre Toco, convida Marcelo a se retirar do grupo Angolinha, pois não podia lecionar a capoeira angola, por que ia contra as regras do grupo.
A saída de Marcelo do grupo não poderia ser melhor, diga-se de passagem, foi “santo remédio”, pois se houvesse continuado, jamais teria evoluído na capoeira angola.
Marcelo continua então treinando com o mestre Geraldo Baiano.
Vários mestres consagrados e até mesmo lendários frequentavam a academia de mestre Geraldo, figuras de renome e muito “peso” na capoeira angola, como mestre Ananias, Bigo o Francisco 45, Zumbi, Lua Negra, Macaco Santana entre outros.
A capoeira de mestre Geraldo era mais autêntica, muita técnica, muita malícia, entradas, saídas e muita cabeçada e rasteira rsrs...
Havia também uma preocupação muito maior com o ritmo, a afinação dos berimbaus, a cadência dos instrumentos e uma ótica bem diferente pra capoeira.
Marcelo treinou com mestre Geraldo Baiano durante anos, até mestre Geraldo por motivo de força maior, ter de parar por um tempo de dar aulas.
É neste período então que Marcelo resolve ir para nossa querida Bahia de Todos os Santos, é indicado por mestre Plínio e Jogo de Dentro, e se hospeda na casa de Onça Branca, formada de mestre João Pequeno.
Lá conhece outros mestres e definitivamente tem uma imersão profunda na capoeira de angola. Mestre Lua de Bobó, lhe apresenta a Bahia, os grandes palcos de rodas famosas, as “roças” de candomblé mais conceituadas, e antigos mestres como Paulo dos Anjos, Zé do Lenço, Boca Rica, Fernando, Jaime de Mar Grande, entre outros.
Esta e muitas outras histórias fizeram com que Marcelo retornasse mais vezes, para saber das curiosidades do mestre e participar dos treinos ministrados em seu espaço.
Mestre Zé de Freitas, em certa ocasião assim como muitos outros mestres comentava a respeito do uso de graduações, como forma de sobrevivência (infelizmente até hoje) e que muitos mestres angoleiros também aderiram ao uso das “cordas”, por este triste motivo que até os tempos atuais continua sendo um obstáculo muito grande para boa parte dos capoeiristas, porém afirmava na época que a capoeira era misteriosa, não tinha como saber se o outro capoeirista era bom se nunca havia ouvido falar nele, pois antigamente não se usava graduações e para saber mesmo se um capoeira era bom, você tinha que analisar e estudar o jogo do mesmo antes de entrar em uma roda pra vadiar e nunca desmerecer o “adversário”, estas são algumas de muitas curiosidades e ensinamentos adquiridos com o simpático e humilde baiano mestre Zé de Freitas.
Nos tempos idos, haviam duas classes distintas de capoeiristas, os tocadores e os jogadores, tinha dia pra jogar e dia pra tocar e cantar, assim dizia seu mestre, Waldemar Rodrigues da Paixão.
Tempo vai, tempo vem e Marcelo através de sua amizade com seu irmão de capoeira Jacaré conhece mestre Geraldo Baiano, um capoeirista respeitado e muito considerado na zona sul de São Paulo, formado de mestre Miguel Machado do grupo Cativeiro.
A amizade com mestre Geraldo Baiano se consolida e prospera e firmam então alguns cursos de capoeira angola, como diria Geraldo “eitcha que a égua disimbestouce pra todo lado” frase predileta e ilária de mestre Geraldo Baiano, uma característica marcante impossível de não ser recordada, com um certo saudosismo.
A partir de então Marcelo começa a treinar com mestre Geraldo com o consentimento de seu mestre na ocasião,Toco.
Passado um período mestre Toco, convida Marcelo a se retirar do grupo Angolinha, pois não podia lecionar a capoeira angola, por que ia contra as regras do grupo.
A saída de Marcelo do grupo não poderia ser melhor, diga-se de passagem, foi “santo remédio”, pois se houvesse continuado, jamais teria evoluído na capoeira angola.
Marcelo continua então treinando com o mestre Geraldo Baiano.
Vários mestres consagrados e até mesmo lendários frequentavam a academia de mestre Geraldo, figuras de renome e muito “peso” na capoeira angola, como mestre Ananias, Bigo o Francisco 45, Zumbi, Lua Negra, Macaco Santana entre outros.
A capoeira de mestre Geraldo era mais autêntica, muita técnica, muita malícia, entradas, saídas e muita cabeçada e rasteira rsrs...
Havia também uma preocupação muito maior com o ritmo, a afinação dos berimbaus, a cadência dos instrumentos e uma ótica bem diferente pra capoeira.
Marcelo treinou com mestre Geraldo Baiano durante anos, até mestre Geraldo por motivo de força maior, ter de parar por um tempo de dar aulas.
É neste período então que Marcelo resolve ir para nossa querida Bahia de Todos os Santos, é indicado por mestre Plínio e Jogo de Dentro, e se hospeda na casa de Onça Branca, formada de mestre João Pequeno.
Lá conhece outros mestres e definitivamente tem uma imersão profunda na capoeira de angola. Mestre Lua de Bobó, lhe apresenta a Bahia, os grandes palcos de rodas famosas, as “roças” de candomblé mais conceituadas, e antigos mestres como Paulo dos Anjos, Zé do Lenço, Boca Rica, Fernando, Jaime de Mar Grande, entre outros.
Marcelo firma sua amizade com mestre Lua de Bobó e passa a treinar em sua academia localizada na época, no bairro do Dique de Tororó.
Mais tarde vem a conhecer mestre Cláudio de Feira de Santana, que o convida a fazer parte do grupo Angoleiros do Sertão, onde permaneceu durante sete anos. Neste período acompanha mestre Cláudio em incontáveis oficinas de capoeira angola pelo Brasil afora.
Mais tarde vem a conhecer mestre Cláudio de Feira de Santana, que o convida a fazer parte do grupo Angoleiros do Sertão, onde permaneceu durante sete anos. Neste período acompanha mestre Cláudio em incontáveis oficinas de capoeira angola pelo Brasil afora.
Nesta ocasião teve contato com grupos conceituados como Cordão de Ouro do mestre Suassuna em Itabuna na Bahia, mestre Maciel em Jaú, interior de São Paulo, mestre Medicina em Muritiba na Bahia entre muitos outros.
Em 2003 professor Marcelo já com uma boa bagagem e formação, toma partido definitivo na cultura brasileira e funda a Escola de Capoeira N’golo ia Muanda, que prospera como já sabido realizando diversos projetos sociais incluindo trabalhos voluntários, junto a prefeitura e secretarias do estado de São Paulo.
Professor Marcelo conta que a sua maior realização foi fazer parte ativa da gravação do cd do mestre Ananias, um ótimo registro histórico de uma lenda viva da capoeiragem.
Em 2003 professor Marcelo já com uma boa bagagem e formação, toma partido definitivo na cultura brasileira e funda a Escola de Capoeira N’golo ia Muanda, que prospera como já sabido realizando diversos projetos sociais incluindo trabalhos voluntários, junto a prefeitura e secretarias do estado de São Paulo.
Professor Marcelo conta que a sua maior realização foi fazer parte ativa da gravação do cd do mestre Ananias, um ótimo registro histórico de uma lenda viva da capoeiragem.
“Em nome de Deus de todos os nomes
Javé, Obatalá, Olorum, Oió.
Em nome de Deus, que a todos os Homens
Nos faz da ternura e do pó.
Em nome do Povo que espera
Na graça da fé, a voz de Xangô
O Quilombo Páscoa que o libertará.
Em nome do Povo sempre deportado
Pelas brancas velas no exílio dos mares
Marginalizados no cais, nas favelas e até nos altares.
Em nome do Povo que fez seu Palmares,
Que ainda fará Palmares de novo.
Palmares, Palmares, Palmares do Povo.”
(missa dos Quilombos)
parabéns pela história! Queria saber se vocês guardam as reportagens antigas?
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